Em algum momento, seja por suas gavetas estarem amontadas de escritos ou pela angústia da folha em branco, quem escreve quer pôr-se a prova. A opinião dos amigos ou a sua própria não é suficiente para saber se você está pronto para ir adiante com a ideia de ser escritor. Nessa hora, participar de um Grupo de Escrita pode ser útil.
Organizado por instituições sérias e conduzido por pessoas capacitadas, a turma encontra-se (normalmente) uma vez por semana para compartilhar textos. O material pode ser oriundo de um desafio proposto pelo mediador ou algo em que o participante esteja trabalhando. Vale conto, crônica, poesia, relato, trecho de narrativa longa, o importante é pôr o texto a prova em outras bocas.
Para quem quer se tornar um best-seller ou escrever cartas memoráveis para os filhos, as panelinhas formadas por pessoas que leem e querem ser lidas auxiliam a calibrar a mão, da escolha dos ingredientes até a apresentação do prato.
Constituído por pessoas com as mais diversas experiências pessoais, profissionais e literárias, o encontro tem tudo para aumentar seu repertório. Se alguém escreve contos de terror e outro dedica-se ao público infanto-juvenil, você pode aprender com os dois e criar narrativas assustadoras para a garotada. O limite da criatividade é indizível e o ambiente é propício para testes.
Como em um jogo de ganha-ganha, durante os encontros o escritor é "testante" e "testador", tornando-se capaz de identificar falhas recorrentes, inspirar-se, reconhecer seu estilo, aprender com os erros e acertos (seus) e dos outros. Colegas com diferentes características de escrita tornam os momentos de feedback enriquecedores e, quando semelhantes, permitem mergulhos mais profundos.
O ego, um dos nossos maiores sabotadores, é domado. Saber ouvir que "esse conto está salgado de advérbios" ou que "o final da crônica ficou insosso" é compreender que, nesse espaço, os comentários são destinados ao texto e não a pessoa que o escreve. O intuito é evoluir individual e coletivamente. Quanto mais mãos na massa, melhor.
Desafiados a experienciar todo o tipo de ferramenta no texto, o escritor vê seu menu expandir, pois as diferentes interpretações de um texto convidam a refletir se a entrega foi bem digerida ou se o bolo saiu cedo demais do forno. Você aprende a encontrar a palavra certa e a colocá-la no lugar preciso da frase.
Os vínculos criados ao longo dos encontros podem (e recomenda-se) ser mantidos por toda a jornada literária. No futuro, funcionarão como suportes para enfrentar o medo das críticas, especialmente as cozidas em fogo alto.
O compromisso com a turma colabora no estabelecimento de uma rotina de escrita e leitura. Ganha-se em planejamento e disciplina. A pratica organizada leva a perfeição e do iniciante ao experiente, todos saem melhorados depois de participar de um Grupo de Escrita. Afinal, ninguém quer ter seu pudim despedaçado ao sair da forma, mas sim ver os pratos limpos e as barrigas cheias de boas histórias depois do último ponto final.
